segunda-feira, 31 de março de 2008

UMA BREVE HISTÓRIA DOS GATOS


UMA BREVE HISTÓRIA DOS GATOS.
Autor: Martha Follain.

Há cerca de 70 milhões de anos, quando surgiram os primeiros animais mamíferos, surgiram os creodontes, que se desenvolveram após a extinção dos dinossauros - e, a história dos felinos começou com os creodontes. Os creodontes deram origem aos miacis, há cerca de 40 ou 50 milhões de anos. Os miacis evoluiram , prosperaram e, transformaram-se na moderna família de carnívoros que conhecemos na atualidade. O gato partilha com cães, ursos, doninhas, etc., o mesmo ancestral comum. Os miacídeos tinham o cérebro maior que os creodontes e cerca de 40 dentes. Dentre as diversas ramificações dos miacis, podemos encontrar os primeiros felinos: os proailurus, que caminhavam com a planta das patas no chão. Há 20 milhões de anos os proailurus deram lugar aos pseudaelurus, que já caminhavam nas pontas dos dedos e possuíam caninos poderosos e afiados. Deste grupo, emergiu o felidae, antepassado direto do atual gato doméstico. Durante os milhões de anos seguintes, o felidae subdividiu-se em muitas espécies, todas ligadas aos gatos modernos. Grupos de felinos selvagens começaram a se espalhar pelo mundo, emigrando quando a caça se tornava escassa .Desta forma surgiram espécies variadas, cada uma adaptada a um habitat particular e às presas que existiam no local. Poucas dessas espécies sobreviveram (dentre as espécies extintas estão os tigres dentes-de-sabre, ancestrais diretos dos felinos modernos que, desapareceram há 35 milhões de anos). A evolução da espécie fez surgir criaturas construídas para sobreviver. Os gatos de então já possuíam garras retráteis, que proporcionavam maior velocidade nas caçadas e contribuíam para um bote certeiro e mortífero. A dentição do gato também evoluiu com perfeição, com dentes preparados para segurar, furar, cortar e reduzir a presa a pequenos pedaços que poderiam ser facilmente engolidos. Com o processo de domesticação outras mudanças aconteceram, tanto físicas quanto comportamentais . O cérebro diminuiu, o sistema digestivo modificou-se para se adaptar a outro tipo de alimentação, a pelagem tornou-se mais variada e, tornou-se mais dócil para adequar-se ao convívio com o homem. Porém, o gato, é um animal que, ainda não está totalmente domesticado. A domesticação é um processo que requer várias gerações de acasalamentos seletivos, de modo a permitir mudanças fisiológicas, morfológicas e/ou comportamentais. Não se sabe qual a extensão de tempo que esse processo pode levar. O processo de domesticação do gato (felis catus) foi único. Inclusive estuda-se a hipótese dos gatos terem passado por "autodomesticação" : isto, é, os humanos influenciaram pouco ou nada nas mudanças, exceto pela permissão dos gatos próximos a eles, a fim de aumentar a chance de sobrevivência e de melhor desempenho reprodutivo. É mais provável que tenha havido influência gradativa, que se tornou mais significativa. Exceto para o gato, o acasalamento durante o processo de domesticação de vários animais foi norteado pela seleção de características comportamentais que são mais quantitativas que qualitativas, resultando em maior docilidade e facilidade de treinamento. Os gatos seguiram a urbanização de populações humanas, de modo que o acasalamento era mais uma questão de proximidade que de seleção humana. O gato foi renegado em relação à proteção e companhia com o extermínio em massa na Europa e, obviamente, não se adotou o acasalamento seletivo. Mesmo com o retorno dos gatos auxiliado pelas Cruzadas, a situação era mais de tolerância que de aceitação total. Portanto, historicamente, vários anos se passaram antes que o gato conseguisse uma posição na qual o acasalamento seletivo pudesse contribuir no desenvolvimento de características comportamentais desejáveis para um animal domesticado. O gato, conseguiu aproximar-se do homem, pelas suas qualidades de caçador – sem virar comida. Há 7 mil anos foram encontrados restos mortais do "felis libyca", durante escavações em Jericó, atual Cisjordânia. Mas, foram os antigos egípcios , os primeiros a usá-los no controle de animais daninhos que atacavam seus estoques de grãos. No Egito o gato era reverenciado como um deus. Foi na forma de um gato que o grande deus sol Rá venceu Apep, a serpente da escuridão. A deusa Bast ou Pasht ou Bastet era representada por uma gata ou pela cabeça de uma gata. Bast tornou-se tão importante que, os gatos passaram a ser venerados por todo o Egito. Os egípcios achavam que ter um gato em casa era garantia de muitos filhos na família, porque a deusa Bastet era também a deusa do amor e da fertilidade. Comê-los ou matá-los era considerado um crime. Quando um gato doméstico morria no Egito antigo, os donos raspavam as próprias sobrancelhas em sinal de luto . Os gatos no Egito eram mumificados e enterrados formalmente. Era ilegal contrabandear gatos para fora do Egito. Na Idade Medieval a Igreja Católica associou o gato a satanás e, portanto, às bruxas. Dessa forma, gatos, principalmente de pelagem preta, foram perseguidos e sacrificados largamente. O Renascimento foi considerado uma época áurea para os gatos - quase todas as residências tinham um, dos castelos aos casebres na periferia das cidades. A partir do século XVIII voltaram a ser populares e adorados como animais domésticos.

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